quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Matemática financeira nas escolas pode contribuir para crescimento do PIB brasileiro, avalia Banco Mundial

Relatório do órgão teve por base resultados de experiência brasileira 

    Com base em uma experiência brasileira, o Banco Mundial elaborou um relatório sobre a inserção da matemática financeira no currículo da educação básica. Segundo o órgão, os resultados conseguidos a partir da introdução desse tema no currículo podem contribuir para o crescimento de 1% do PIB do Brasil. A eficiência pedagógica do assunto é fator de discordância entre educadores.

A conclusão do Banco Mundial está prevista no relatório The Impact of High School Financial Education – Experimental Evidence From Brasil (O impacto da Educação Financeira no Ensino Médio – a Experiência do Brasil, em tradução livre), que tem como base um projeto-piloto de ensino de matemática financeira nas escolas elaborado pela Secretaria de Educação Básica do MEC (Ministério da Educação).  
Em 2010 e 2011, o órgão apoiou e financiou um time de especialistas em educação, psicologia e sociologia, para elaborar um material sobre o tema, abrangendo noves assuntos: vida familiar cotidiana, vida social, bens pessoais, trabalho, empreendedorismo, grandes projetos, bens públicos, economia do país e economia do mundo.
O projeto, intitulado Educação Financeira nas Escolas, foi testado em 891 escolas públicas do Tocantins, Rio de Janeiro, de Minas Gerais, São Paulo, do Ceará e Distrito Federal. Participaram aproximadamente 27.000 estudantes e 1.800 professores, segundo dados da AEF-Brasil.
A partir da iniciativa, a intenção é de que, até o fim de 2015, 2.962 escolas públicas de ensino médio do País tenham acesso à formação em matemática financeira.
Cálculos simples
Atualmente, o Brasil ocupa a 38ª colocação entre os 44 países avaliados pela OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) no Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos). A média dos alunos brasileiros avaliados em matemática é de 428 pontos, frente à média de 562 pontos dos estudantes de Cingapura, líder da lista, avaliados na mesma disciplina.
O cenário mostra que alunos brasileiros estão abaixo do esperado no que diz respeito à resolução de problemas matemáticos simples aplicados à vida real.
Por meio dos resultados da experiência brasileira promovida pelo MEC, analistas do Banco Mundial constataram o aumento de 1% do nível de poupança dos jovens que passaram pelo programa. Também perceberam que 21% a mais dos alunos passaram a fazer uma lista dos gastos todos os meses e 4% a mais passaram a negociar preços e meios de pagamento ao realizarem uma compra.
As famílias também foram beneficiadas. Ao estarem presentes nas lições de casa, temas como orçamento, planejamento e taxas bancárias se tornaram mais frequentes nas conversas em casa. 



Fonte: R7

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