O corte dos laços com Portugal
Durante a formação das Cortes em Portugal, os revolucionários do Porto pretendiam reestruturar a economia portuguesa. Para isso, acreditavam que a manutenção dos laços coloniais era de suma importância para o fortalecimento da economia. Isso significava a interrupção, para a Colônia, de todas as benesses materiais oferecidas pela liberdade econômica trazida com o governo de Dom João. Para evitar isso, os aristocratas coloniais se uniram em um Partido Brasileiro com o intuito de mobilizar forças que preservassem seus interesses de ordem econômica.
Uma das primeiras medidas desse novo Partido foi agrupar um conjunto de assinaturas que exigiam a permanência de Dom Pedro no Brasil. Essa manifestação era uma resposta ao pedido formal das cortes portuguesas de que o Príncipe Regente retornasse a Portugal. Vislumbrando o controle político sobre o território brasileiro, Dom Pedro, em 9 de janeiro de 1822, declarou sua fidelidade aos brasileiros no pronunciamento que ficou conhecido como o Dia do Fico.
Logo em seguida, Dom Pedro demitiu todos os portugueses que faziam parte de seu Conselho de Ministros e formou um novo Conselho, somente com brasileiros. Em maio de 1822, os ministros brasileiros instituíram o chamado “Cumpra-se”, que determinava que qualquer ordem vinda de Portugal só poderia ser cumprida após aprovação prévia do Príncipe Regente. Reforçando o apoio a
Dom Pedro, os ministros o declararam “Defensor Perpétuo do Brasil”.
Em junho de 1822, Dom Pedro resolveu compor uma Assembléia Constituinte que deveria formar um conjunto de leis básicas a serem aplicadas em todo o território nacional. Tal medida colocava em evidência a diferença de interesses entre Brasil e Portugal. Em agosto, o governo português enviou um decreto anulando as decisões tomadas pelo Príncipe Regente e exigindo seu imediato retorno.
Em 7 de setembro daquele ano, ao voltar de uma viagem a Santos, parando às margens do Riacho Ipiranga, D. Pedro de Alcântara recebeu uma carta de Lisboa declarando nula a Assembléia Constituinte e determinando que voltasse imediatamente à Metrópole, sob pena de perda de seus direitos de herdeiro do trono. Vieram juntas duas outras cartas: uma de seu Ministro José Bonifácio de Andrada e Silva, que aconselhava D. Pedro a tomar uma atitude favorável ao Brasil; e a outra da esposa, Maria Leopoldina, apoiando a decisão do José Bonifácio.
Ao ler as correspondências, D. Pedro, bradou, exaltado, arrancando do chapéu o laço azul, símbolo da união do Brasil a Portugal:
—”Laços fora, soldados ! As Cortes Portuguesas querem mesmo escravizar o Brasil.”
Mandou a tropa entrar em forma, e, do alto de seu cavalo, levantando a espada, continuou:
— “Independência ou morte!”
Finalmente, o Brasil estava livre de Portugal e, em dezembro do mesmo ano, D.Pedro foi aclamado Imperador.
Fonte: Exército Brasileiro
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