Filosofia

A filosofia e a ciência
Ciência: conjunto de conhecimentos organizados sobre determinado assunto.

Senso Comum
   O senso comum é o conhecimento de todos nós, homens comuns, não especialistas. Se a ciência precisou se posicionar muitas vezes contra as "evidência" do senso comum, não há como desprezar essa forma e conhecimento tão universal. Ou seja, mesmo o cientista mais perigoso, quando está fora do campo de sua especialidade é um homem do senso comum.
   O senso comum, enquanto conhecimento espontâneo, é AMETÓDICO (não tem método científico) nasce diante da tentativa do homem de resolver os problemas da vida diária.
   O senso comum é frequentemente um conhecimento subjetivo, o que ocorre, por exemplo, quando avaliamos a temperatura do ambiente com a nossa pele. Já que o termômetro da objetividade a essa avaliação.
   O senso comum depende de juízos pessoais a respeito das coisas, com envolvimento das emoções e dos valores de quem observa.  

O Conhecimento científico
   É uma conquista recente da humanidade, tem apenas +/- 300 anos e surgiu no século XVII com a revolução galileana. Isso não quer dizer que antes não houvesse saber rigoroso. Na Grécia Antiga, os homens aspiravam a um conhecimento que se distinguisse do mito do senso comum.
   No pensamento de Sócrates séc. V a.C., ele buscava a definição dos conceitos, por meio da qual pretendia atingir a essência das coisas. Platão mostrava o caminho que a educação do sábio devia percorrer para ir da DOXA(opinião) a episteme(ciência).

O trabalho científico é metódico e sistemático
   Os fatos ou objetos científicos não são dado Empíricos espontânea de nossa experiência cotidiana, mas construídos pelo trabalho da investigação científica. Este é um conjunto de atividades intelectuais, experimentais e técnicas, realizadas com base em métodos que permitem e garantem que a principal marca da ciência seja RIGOR:
*Separar os elementos objetivos e subjetivos de um fenômeno
*Construir o fenômeno como um objeto do conhecimento controlável, verificável, interpretável e capaz de ser retificado ou corrigido por novas elaborações
*Demonstrar e provar os resultados obtidos durante a investigação, graças ao rigor das relações definidas entre os fatos estudados, a demonstração deve ser feita não só para verificar a validade dos resultados.
*Relacionar com outros fatos um ponto isolado, integrando-o numa explicação racional unificada, pois somente a integração transforma o fenômeno em objeto científico, fato explicado por uma teoria.
*Formular uma teoria geral sobre o conjunto dos fenômenos observados e dos fatos investigados, isto é, formular um conjunto sistemático de conceitos que expliquem e interpretem as causas e os efeitos.
  A ciência distingue-se do senso comum porque este é uma opinião baseada em hábitos, tradições cristalizadas, preconceitos, enquanto a primeira baseia-se em pesquisas, investigações metódicas e sistemáticas e na exigência de que as teorias sejam internamente coerentes e digam a verdade sobre a realidade. A ciência é o conhecimento que resulta de um trabalho racional.

A ciência na história
   Historicamente, três têm sido as principais concepções de ciência ou de ideias de cientificidade:
Racionalista: Que se estende dos gregos até o final do século XVII. Afirma que a ciência é um conhecimento racional dedutivo e demonstrativo como a matemática, portanto, capaz de provar a verdade necessária e universal de seus enunciados e resultados, sem deixar nenhuma dúvida.
Empirista: Vai da medicina grega e Aristóteles até o final do século XIV. Afirma que a ciência é uma interpretação dos fatos, baseada em observações e experimentos que permitem estabelecer induções e que ao serem completadas, oferecem a definição do objeto, suas propriedades e suas leis de funcionamento. A teoria científica resulta das observações e dos experimentos, de modo que a experiência não tem simplesmente a função de verificar e confirmar conceitos, mas de produzi-los.
   A concepção Racionalista era Hipotética-Dedutiva, isto é, definia objeto e suas leis, e disso, deduzia propriedades, efeitos posteriores previsões.
  A concepção Empirista, era Hipotética-Indutiva, isto é, apresentava suposições sobre o objeto, realizava observações e experimentos e chegava à definição dos fatos, às suas leis, suas propriedades, seus efeitos posteriores e a previsões.
Construtivista: Inciado em nosso século, considerado uma construção de modelos explicativos para a realidade e não uma representação da própria realidade. O cientista combina dois procedimentos; um vindo do racionalismo, outro vindo do empirismo e a eles acrescenta um terceiro, vindo da ideia de conhecimento aproximativo e corrigível.


Realidade. O que é?
 
  Realidade (do latim realitas isto é, "coisa") significa em uso comum "tudo o que existe". Em seu sentido mais livre, o termo inclui tudo o que é, seja ou não perceptível, acessível ou entendido pela ciência, filosofia ou qualquer outro sistema de análise.
 O real é tido como aquilo que existe, fora da mente. Ou dentro dela também. A ilusão, a imaginação, embora não esteja expressa na realidade tangível extra-mentis, existe ontologicamente, onticamente, ou seja: intra-mentis. E é portanto real, embora possa ser ou não ilusória. A ilusão quando existente, é real e verdadeira em si mesma. Ela não nega sua natureza. Ela diz sim a si mesma. A realidade interna ao ser, seu mundo das ideias, embora na qualidade de ens fictionis intra mentis ou seja, enquanto ente fictício, imaginário, idealizado no sentido de tornar-se ideia, e ser ideia, pode - ou não - ser existente e real também no mundo externo. O que não nega a realidade da sua existência enquanto ente imaginário, idealizado.
  Quanto ao externo - o fato de poder ser percebido só pela mente - torna-se sinônimo de interpretação da realidade, de uma aproximação com a verdade. A relação íntima entre realidade e verdade, o modo em como a mente interpreta a realidade, é uma polêmica antiga. O problema, na cultura ocidental, surge com as teorias de Platão e Aristóteles sobre a natureza do real (o idealismo e o realismo). No cerne do problema está presente a questão da imagem (a representação sensível do objeto) e a da ideia (o sentido do objeto, a sua interpretação mental ).
  Em senso comum, realidade significa o ajuste que fazemos entre a imagem e a ideia da coisa, entre verdade e verossimilhança. O problema da realidade é matéria presente em todas as ciências e, com particular importância, nas ciências que têm como objeto de estudo o próprio homem : a antropologia cultural e todas as que nela estão implicadas : a filosofia, a psicologia, a semiologia e muitas outras, além das técnicas e das artes visuais.
 Na interpretação ou representação do real, (verdade subjetiva ou crença), a realidade está sujeita ao campo das escolhas, isto é, determinamos parte do que consideramos ser um fato, ato ou uma possibilidade, algo adquirido a partir dos sentidos e do conhecimento adquirido. Dessa forma, a construção das coisas e as nossas relações dependem de um intrincado contexto, que ao longo da existência cria a lente entre a aprendizagem e o desejo: o que vamos aceitar como real? Portanto a realidade é construída pelo sujeito cognoscente; ela não é dada pronta para ser descoberta.
A verdade (subjetiva) pode, às vezes, estar próxima da realidade, mas depende das situações, contextos, das premissas de pensamento, tendo de criar dúvidas reflexivas. Às vezes, aquilo o que observamos está preso a escolhas que são mais um conjunto de normas do que evidências.
Realidade. Como: "realidade é como o mundo é", ou "realidade é aquilo como as coisas são".Pelo contrário: o homem é o construtor do mundo, o edificador da realidade. A realidade do rio, construída no mundo humano, tão-somente se apresenta assim para o homem. Ora, esta é uma crença perigosa, que coloca nas mãos da ciência o poder supremo de decidir acerca da realidade do mundo e da vida.A realidade desvelada pela ciência é uma "realidade de segunda ordem”, ou seja, construída sobre as relações do dia-a-dia que o homem mantém com o mundo.De certa maneira, a realidade da vida cotidiana se impõe a nós com todo o seu peso .   Ali, a água não é H2 O, nem o arrocho salarial uma exploração da mais-valia - verdades perti­nentes à esfera da ciência e da filosofia. A realidade da vida' cotidiana é, se pode dizer assim, a realidade por excelência, na qual nos movemos como o peixe na água. Nas páginas anteriores foi dito que o homem é o construtor da realidade; o construtor do mundo. Na Última frase do parágrafo anterior foi reintroduzida a palavra realidade. A construção da realidade passa pelo sistema lingüístico empregado pela comunidade. Nossa percepção do mundo é, fundamentalmente, derivada da linguagem que empregamos. O ser humano move-se, então, num mundo essencialmente simbólico, sendo os, símbolos lingüísticos os preponderantes e básico,s.na edifi­cação deste mundo, na construção da realidade. Ao longo das paginas seguintes esse aspecto social da construção da realidade irá se tornando mais claro. Como foi visto, a construção da realidade depende da maneira como o conhecimento é disposto na sociedade, o que fornece a ela uma certa estrutura. Resta-nos, porém, considerar um dado funda­mental· neste mecanismo de construção da reali­dade através das instituições sociais. Trata-se da ação do sistema lingüístico, ferramenta básica na criação do mundo humano, como exposto capítulo anterior.Uma discussão mais ampla a respeito desta questão fugiria dos limites desta texto, mas ela fica aqui anotada como um processo importante na construção social da realidade. Através do universo simbólico pode-se explicar quaisquer fatos ocorridos dentro daquela realidade em termos dos significados que este universo provê.Ao contrário dos universos simbólicos mitológicos, os outros três são de propriedade de elites de especialistas, cujos corpos de conhecimentos estão afastados do conhecimento comum da sociedade. Pela conceitualização proveniente dos universos: parciais mais especializados. Uma legitimação que, em última análise, procura explicar o funcionamento do mais alto nível de legitimação da realidade social: o universo simbólico. As instituições corporificam-se na vida cotidiana dos indivíduos através dos papéis que estes devem desempenhar para fazer parte delas. Sozinho ninguém constrói uma (nova) realidade. Um arcabouço teórico que explique como e por que indivíduos se desviam da "correta" visão da realidade. Quer dizer: essas dúvidas são explicadas : como um dos sintomas mesmo do desvio.
  A definiçãlo da realidade que sairá "vencedora" e que se fixará na sociedade como resultado desse conflito, depende sobremaneira da força (material e física) de que dispõem os oponentes, na maioria das vezes até mais do que a engenhosidade dos técnicos legitimadores. Uma realidade é quase sempre, na história do mundo, imposta pela força e violência. Trata-se dos intelectuais. Uma revolução se realiza (torna-se real) quando, pelo movimento da maioria da sociedade, as transformações nas instituições edificam uma nova realidade. Ameaças mais sérias exigem uma multiplicação dos mecanismos e rituais de conservação crítica da realidade.O processo de aprendizagem da realidade é denominado socialização. Isto significa a aquisição de conhecimento me funções e de papéis específicos, direta ou indiretamente decorrentes da divisão do traba­lho e do conhecimento. Quando no capítulo anterior tratamos da conservação da realidade, foi abordada a quesão dos indivíduos que, por qualquer motivo, têm a sua realidade subjetiva abalada ou mesmo deses­truturada. O mais difícil na alternação é sempre a manu­tenção da nova realidade, já que a tendência a retornar ao mundo arraigado na primeira infância é elevada. A alternação implica, desta forma, uma reinter­pretação do próprio passado do indivíduo à Iuz do novo universo simbólico por ele assimilado. É evidente que esta posição central da ciência adveio das transfor­mações que através dela (e da tecnologia, sua filha direta) conseguiram imprimir-se ao mundo. O poder da ciência na definição da realidade deriva-se de seu enorme poder para transformar o mundo e até reduzi-lo a pó. Dependendo da pergunta que lançamos ao mundo obteremos um tipo de resposta. A questão da verdade depende então de dois fatores: sua localização na história do conheci­mento e sua validade num determinado setor da realidade. Melhor dizendo: as construções científicas partem, inevi­tavelmente, de nossa· (humana) percepção da realidade.A definição do real, ou melhor, do conceito humano de realidade não é tarefa para ciências específicas, e sim para a filosofia, Ao cientista cabe manipular setores determinados da realidade, construindo-Ihes modelos representativos e explicativos, enquanto o filósofo se ocupa da compreensão de como o homem percebe e compreende o mundo, instaurando a sua realidade (dentro da qual está própria ciência).

   Um exemplo de Realidade: A vida no sítio e a vida na cidade.

 No sítio a realidade é bem diferente da realidade da cidade. Exemplo: A pessoa que trabalha no campo tem que acordar cedo, tem que cuidar do rebanho de animais, tem que trabalhar na roça, tem que andar bastante para chegar a certo lugar, dependendo do lugar não tem internet ou energia elétrica e serviços públicos, etc.
  Já a pessoa que mora na cidade, dependendo de quem seja pode acordar mais tarde, se quiser comprar alguma coisa tem um mercadinho ou uma loja perto de casa, tem acesso melhor aos serviços públicos etc.

     A vida religiosa de cada um.
A cultura de uma pessoa pode ser diferente da outra. Exemplo: Uma pessoa cristã e uma pessoa mulçumana.
 A pessoa cristã acredita em Cristo, a religião cristã permite muitas coisas, não é rígida, a vestimentas são frescas, a alimentação é variada, o lugar onde vive é temperado, os costumes, a música, a dança etc.
  Já a pessoa mulçumana acredita em outro Deus, sofre por uma rigidez, onde as mulheres tem que vestir burcas ou véu e não pode mostrar o cabelo para fora, as comidas são meio exóticas, o lugar onde vive é quente, a música são diferentes, a dança e os costumes são diferentes dos cristãos. 
            http://pt.wikipedia.org/wiki/Realidade